Inspirado nas artes do Budo, Georges Stobbaerts cria o Tenchi Tessen. Fruto de uma longa gestação, esta arte do movimento foi incrementada pela prática das Artes do Budo japonês no seu sentido clássico, particularmente, pelo laido e o Aikido, assim como pelo Yoga e o Zen que foram o seu suporte primordial.

É uma arte em contínua formação. À semelhança de qualquer outra “Arte do Movimento” que, por meio da sua liberdade, mantém uma procura permanente, não pode fixar-se num quadro rígido.

O Tenchi Tessen, “Arte do Movimento”, pode igualmente ser uma proposta de “Arte da Vida”, dentro do verdadeiro espírito de não-violência (sâns. ahimsâ). O grupo de praticantes desta arte, junta, sem discriminação, pessoas de vários horizontes, desde professores de Budo a homens e mulheres das mais variadas origens e profissões.

Esta arte é igualmente fruto do estudo de várias aspectos da filosofia e das culturas oriental e ocidental, pois quer-se, também, como uma ponte entre o Oriente e o Ocidente.

Fundado em valores espirituais de “Tradição Universal”, o Tenchi Tessen apresenta-se como uma nova abordagem corporal. Os termos japoneses constituintes do nome desta arte significam:

• Ten: Céu

• Chi: Terra

• Tessen: Leque (símbolo do Sopro)

Esta “Arte do Movimento” permite simultaneamente aumentar a flexibilidade corporal e, de uma forma harmoniosa, desenvolver e pôr em circulação as energias internas.

Os aspectos que levam a considerar esta disciplina como uma “Arte da Vida” são principalmente o conhecimento de si-próprio e a comunicação com os outros e com o mundo que nos rodeia.

O Tenchi Tessen convida o praticante a habitar um ‘espaço justo’, descobrindo, assim, o seu esquema corporal. Pela prática desta arte, o aluno aprende a sentir o mundo que o rodeia e, em simultâneo, está consciente da presença dos outros praticantes, tornando-se UM com tudo o que o rodeia.

Embora o TenChi Tessen seja uma arte de viver, guarda certas características inerentes às artes do Budo, que levam o praticante a desenvolver a espontaneidade e a liberdade de expressão e, consequentemente, flexibilidade e abertura de espírito, apoiado no princípio de katsujinnoken ou «dar a vida com o sabre». Aqui, o sabre é substituído pelo leque.

Nesta arte do movimento, o objectivo não é o combate, mas o praticante aprende a desenvolver certas características inerentes ao combate, tais como: o espírito de vigilância (jap. Zanshin) e o empenho que qualquer disciplina exige, de modo a alcançar-se a intensidade e o nível de prática requeridos. Tudo isto é conseguido por meio de uma repetição persistente, dedicada, à semelhança do músico que repete sem cessar uma obra. E, quando o praticante  aprende a executar o movimento sem pensar,  atinge um dos primeiros objectivos.

À semelhança do artista que, após um longo trabalho, confia na sua intuição na busca incessante da beleza, da harmonia e fluidez dos seus movimentos, o praticante do TenChi Tessen procura progredir constantemente, antes de se entregar à inspiração e à improvisação. Relembremos os mestres do movimento que nos dizem: a verdadeira essência da beleza é a alegria de a descobrir em tudo.

O Tenchi Tessen pode, também, tornar-se numa via espiritual. Trata-se da livre escolha de cada um. Essa via permite a evolução do homem, a evolução que conduz à Unidade, unidade do corpo e do espírito, o que é próprio a toda a Via espiritual.

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